Você já ouviu falar que o primeiro passo para alcançar seus objetivos é seguir na direção certa? Portanto, o consórcio está aqui exatamente para isso.
Seja para adquirir um carro ou comprar sua primeira casa, é essencial ter um planejamento adequado. Sabemos que isso pode parecer um desafio e tanto, mas há opções disponíveis para ajudá-lo a chegar lá mais rápido. Uma dessas opções é um produto financeiro muito popular: o consórcio.
Provavelmente, você já conhece os conceitos básicos e benefícios dessa modalidade de financiamento. Este conteúdo é especialmente elaborado para aqueles que já têm um plano em mente e querem saber mais sobre como realizar seus sonhos.
O consórcio pode ser uma ferramenta útil para alcançar seus objetivos financeiros, seja para adquirir bens ou para conquistar sua independência financeira. No entanto, antes de se comprometer com um consórcio, é importante entender como funciona e como pode ajudá-lo a realizar seus sonhos.
Uma escolha essencial quando se trata de realizar sonhos materiais é decidir a melhor forma de pagá-los. Essa escolha é crucial para uma boa administração financeira. Felizmente, existem opções equilibradas para adquirir bens sem comprometer suas finanças.
Quer saber mais sobre como realizar seus sonhos por meio de um consórcio? Leia este post para aprender tudo sobre essa modalidade de financiamento e como ela pode ajudá-lo a construir seu patrimônio!
O que é consórcio?
O consórcio é uma forma de adquirir um bem ou serviço, onde várias pessoas se unem e contribuem mensalmente com um valor determinado, formando uma poupança em comum.
Ao final do prazo estipulado em contrato, todos os participantes têm acesso à sua carta de crédito e podem comprar o bem desejado. Caso queira aumentar as chances de contemplação, é possível ofertar um lance, que consiste em antecipar parcelas do consórcio.
Existem consórcios para diversos tipos de bens, incluindo móveis como carros, motos e caminhões, imóveis como casas, apartamentos e prédios comerciais, e até mesmo serviços como viagens e tratamentos estéticos.
As empresas que organizam o consórcio são chamadas de administradoras e são fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, o que garante a segurança das transações. Por isso, é importante verificar a lista de empresas autorizadas no site dessa instituição antes de investir.
Qual é a origem do consórcio no Brasil?
Sabia que o consórcio é uma inovação brasileira? Trata-se de um produto financeiro criado pelo Banco do Brasil em 1961, época em que Brasília estava em pleno desenvolvimento e as famílias que se mudavam para lá precisavam de ajuda para construir suas vidas na nova cidade.
Naqueles dias, o processo era informal: os participantes contribuíam mensalmente e, por meio de sorteios, escolhiam quem receberia o valor acumulado. Na década de 60, um carro era fundamental para garantir a mobilidade em longas distâncias, e o transporte público ainda era insuficiente. Portanto, o principal objetivo das famílias era adquirir um carro próprio.
Dez anos depois, em 1971, o processo foi regulamentado e as empresas que atuam no setor devem obter autorização prévia da Receita Federal para operar. Essa mudança tornou o processo mais seguro e confiável.
Somente em 1991 o Banco Central (BACEN) assumiu a responsabilidade pela regulamentação e fiscalização das administradoras de consórcios. A principal inovação foi a criação do lance.
Em julho de 2021, o número de participantes ativos ultrapassou a impressionante marca de 8 milhões de contratos de pessoas e famílias que confiam no consórcio. Essa informação foi divulgada após um estudo realizado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).
Como funciona o consórcio?
No consórcio, os participantes contribuem com parcelas regulares para formar um fundo comum que permite a aquisição de bens ou serviços. O prazo e o número de cotas são definidos previamente. O valor do bem é dividido pela duração do consórcio e cada membro paga uma parte dele.
A administradora realiza sorteios mensais (ou em outra periodicidade acordada em contrato) para um ou mais participantes comprarem o bem. Nesses momentos, os membros podem dar lances e, se vencerem, também são contemplados.
Para ingressar em um grupo de consórcio, é necessário assinar um contrato de participação que deve conter informações sobre o objeto do consórcio, prazo, número de cotas, periodicidade dos pagamentos e taxas, entre outras regras.
O que é um grupo de consórcio?
O consórcio é um grupo formado por indivíduos ou empresas que se juntam para criar um fundo comum, pagando parcelas e adquirindo bens ou serviços desejados pelo grupo.
O participante pode entrar em um grupo em formação ou já em andamento. No primeiro caso, a primeira assembleia geral ordinária ainda não ocorreu e a administradora está procurando interessados. É nessa assembleia que o grupo é oficialmente estabelecido e é importante lembrar que o interesse coletivo sempre é priorizado em relação ao individual.
De acordo com a Abac, a administradora tem 90 dias para criar o grupo a partir da assinatura do contrato pelo participante. Se isso não acontecer, a empresa deve devolver o dinheiro com rendimentos ao interessado. O dinheiro do consórcio é investido em aplicações financeiras específicas determinadas pela administradora dentro dos critérios estabelecidos pelo Banco Central.
No segundo caso, é possível entrar em um grupo já estabelecido de duas maneiras: quando há uma cota vaga, que não foi vendida, ou por meio da transferência de cota. A cota vaga deve ser negociada com a administradora e o participante deve pagar o valor das parcelas já pagas pelos outros membros.
O que é lance?
Um lance no consórcio é uma oferta que o participante pode fazer durante a assembleia para ser contemplado, caso não tenha sido sorteado. É uma espécie de leilão, onde o maior lance vence. O número de lances e sorteios depende do dinheiro disponível no fundo comum do grupo, que precisa ter caixa suficiente para honrar as cartas de crédito.
A avaliação dos lances ocorre na assembleia geral do consórcio depois dos sorteios, já que a administradora precisa verificar quanto dinheiro resta no fundo, deduzindo os créditos sorteados. O valor do lance é abatido do saldo devedor do consorciado, que só pagará se sua oferta for a vencedora.
Além das assembleias ordinárias, que ocorrem para os sorteios e lances, podem ser convocadas assembleias extraordinárias para decidir questões como mudança do bem objeto do contrato ou prazo do consórcio.
As datas das assembleias ordinárias são definidas antecipadamente pela administradora e devem constar no calendário distribuído aos participantes. Já as assembleias extraordinárias são convocadas quando necessário e devem ser comunicadas aos participantes com pelo menos oito dias de antecedência. Ambas podem ser realizadas presencialmente ou à distância.
Não há limitação legal para o valor do lance, mas pode haver limites estabelecidos no contrato. Os critérios de desempate em caso de ofertas iguais também são definidos previamente e devem ser considerados na assinatura do contrato. O valor máximo de um lance é o saldo devedor restante, mas pode haver um valor mínimo estabelecido.
Lorelay Lopes, chefe da área de Negócios da UP Consórcios, recomenda que o consorciado avalie cuidadosamente se o dinheiro disponível é suficiente para fazer um lance competitivo. Por exemplo, uma quantia de 30% do valor do bem pode ser suficiente para dar entrada em um financiamento, mas não necessariamente é competitiva como lance em um consórcio.
O lance pode ser feito com recursos próprios do consorciado, em que ele desembolsa o valor ofertado e recebe a carta de crédito com o montante total contratado, ou “embutido”, descontado do crédito contratado.
Se o valor total da carta de crédito é de R$ 100 mil e o participante oferece R$ 20 mil num lance embutido, ele receberá R$ 80 mil para aquisição do item caso seja contemplado, e o restante será abatido do saldo devedor.
No caso dos consórcios de imóveis, é possível usar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para dar um lance. Isso funciona como o lance embutido, pois o dinheiro do FGTS vai diretamente para o vendedor do imóvel, e a administradora libera o crédito descontando o FGTS. Se o crédito for de R$ 300 mil, por exemplo, e o saldo do FGTS de R$ 50 mil, a empresa gestora irá disponibilizar R$ 250 mil.
Caso o contrato permita, é possível fazer um lance embutido combinado com recursos próprios.
O que é contemplação?
A contemplação ocorre quando o consorciado é contemplado com o crédito para aquisição do bem ou serviço desejado, seja por sorteio ou lance. Com a carta de crédito em mãos, o contemplado pode realizar a compra em qualquer lugar.
Vale ressaltar que o participante pode escolher adquirir um produto diferente do que havia planejado inicialmente, contanto que o novo item seja da mesma natureza. Por exemplo, em um consórcio de veículos, o consumidor pode optar por comprar uma moto ao invés de um carro. O crédito do consórcio vinculado a uma montadora também pode ser utilizado para adquirir um modelo de outra.
No caso de serviços, o valor planejado para uma viagem pode ser utilizado para cobrir os custos de uma festa, por exemplo. Já no consórcio de imóveis, é possível escolher qualquer propriedade. A carta de crédito também pode ser utilizada para quitar um financiamento.
Os recursos podem ser utilizados após autorização da administradora, o que ocorre três dias úteis após a contemplação, e até a realização da última assembleia ordinária do grupo. O valor é corrigido de acordo com a aplicação financeira do fundo comum até um dia antes da sua utilização. Até 10% do valor pode ser utilizado para pagamento de despesas relacionadas à aquisição, como impostos, registros e seguros.
Também é permitido que o participante adquira um bem ou serviço de valor superior, desde que complemente o restante com recursos próprios ou com o FGTS, no caso de imóveis. Da mesma forma, caso o item escolhido seja mais barato, o crédito restante pode ser utilizado para abater o saldo devedor. Existe ainda a opção de receber a diferença em dinheiro, desde que algumas condições sejam atendidas.
O crédito proveniente do consórcio pode ser convertido em dinheiro, porém somente após 180 dias da contemplação e desde que todas as obrigações financeiras estejam quitadas pelo consorciado. Caso o participante não utilize o crédito até a última assembleia ordinária do grupo, ele também será disponibilizado em dinheiro.
Caso o consorciado ainda possua parcelas pendentes, para utilizar a carta de crédito é necessário apresentar garantias, assim como acontece em um financiamento, a fim de proteger o grupo em caso de inadimplência do contemplado. Nesse caso, o próprio bem adquirido se torna a garantia, ficando alienado à administradora até que o saldo devedor seja quitado, como ocorre também nos financiamentos.
No caso de imóveis, é possível oferecer como garantia outro imóvel que não seja o objeto do consórcio. Já nos serviços, o consorciado pode oferecer algum bem como garantia ou indicar um fiador. Garantias complementares podem ser exigidas conforme o caso.
Quais são as vantagens de um consórcio?
Você já entende o que é um consórcio e como ele funciona, mas ainda não tomou a decisão se deve aderir a um? Para esclarecer essa dúvida de uma vez por todas, apresentamos aqui os principais benefícios do consórcio. Leia atentamente e descubra como ele pode ajudá-lo a realizar seus sonhos de forma planejada e sem dívidas.
Sem juros
Esta é, sem dúvida, uma das maiores vantagens do consórcio. Afinal, que tal realizar um sonho, como comprar o primeiro carro ou imóvel e aumentar o patrimônio sem perder a organização financeira, se endividar ou pagar juros abusivos? Nada mal, não é mesmo?
Com o consórcio, isso é possível, pois não há juros a serem pagos. Em vez disso, há apenas uma taxa de administração, que é um percentual da carta de crédito. Essa taxa é acordada em contrato e diluída ao longo do prazo do plano, tornando-a muito mais acessível do que outras modalidades de aquisição.
Promove planejamento financeiro
Uma das principais vantagens do consórcio é a possibilidade de planejar a compra de um bem de acordo com suas possibilidades financeiras. Existem várias opções de planos, em que você pode escolher o valor da sua carta de crédito de acordo com o bem que deseja adquirir.
Além disso, você pode escolher o valor das parcelas e o prazo que melhor se adequam à sua realidade. Dessa forma, é possível adquirir o bem desejado sem comprometer o orçamento doméstico.
O consórcio também pode ajudar a poupar dinheiro. Se esse for o seu objetivo, basta realizar o pagamento das parcelas e optar por não participar dos sorteios ou lances, tendo acesso ao valor investido no encerramento do plano.
Dessa forma, você faz um investimento a longo prazo, que pode ser utilizado para garantir uma aposentadoria tranquila, obter um patrimônio, investir em outro ativo ou até presentear seus filhos com um bem de alto valor, como um carro, um imóvel, um terreno ou a faculdade.
Por isso, o consórcio é a opção ideal para quem busca organizar as finanças e não quer comprometer todo o orçamento para adquirir um bem.
Favorece a negociação com valor à vista
Imagine poder pagar por um produto em parcelas e ainda ter a possibilidade de negociar com o vendedor como se tivesse todo o dinheiro em mãos. Essa é a vantagem do consórcio. Você paga pelo bem em prestações, mas quando é contemplado, recebe a carta de crédito com o valor total.
Com essa flexibilidade de pagamento, é possível conseguir bons descontos com o proprietário do bem ou com o vendedor. E não se preocupe, o dinheiro economizado não será perdido. Você pode usar até 10% da carta de crédito para outros custos, como reformar a casa ou quitar parcelas restantes do consórcio.
É uma opção de investimento
Além disso, o consórcio é uma opção de investimento para o futuro. Se você tem esse objetivo, mas enfrenta dificuldades para organizar suas finanças e poupar parte do salário, o consórcio pode ser a solução.
As parcelas são pagas mensalmente e o dinheiro fica sob responsabilidade da administradora do consórcio, funcionando como uma espécie de poupança obrigatória que torna mais fácil a realização de sonhos.
Outro ponto positivo do consórcio é que ele é considerado um investimento de baixo risco e muito seguro, uma vez que todos os processos são fiscalizados pelo Banco Central do Brasil.