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Cooperativa de Crédito: O Que é e Como Funciona

Recentemente, o mercado financeiro no Brasil tem experimentado um crescimento significativo, em grande parte graças ao sistema de cooperativas de crédito. Ao contrário dos bancos tradicionais e digitais, as cooperativas de crédito têm expandido sua presença através da abertura de novas agências, estabelecendo uma conexão mais próxima com as pessoas.

Se você já ouviu falar sobre cooperativas de crédito, mas não sabe exatamente como funcionam, está no lugar certo. Neste artigo, explicaremos como esse sistema opera, incluindo a participação democrática dos membros e a possibilidade de obter retornos mais altos sobre o dinheiro investido. É uma boa opção, certo? Então, continue lendo e descubra mais detalhes.

O que é uma cooperativa de crédito?

Uma COOPERATIVA DE CRÉDITO é um grupo de pessoas que se associam voluntariamente para realizar suas transações financeiras através da cooperativa, em vez dos bancos convencionais. Após a associação, esses membros se tornam os proprietários da cooperativa de crédito, juntamente com centenas ou milhares de outras pessoas.

Na maioria das cooperativas de crédito no país, o capital social necessário para se tornar membro é relativamente baixo, geralmente inferior a R$ 50.

Como funciona uma cooperativa de crédito?

As cooperativas de crédito são entidades sem fins lucrativos, o que significa que, geralmente, as tarifas que elas cobram são mais acessíveis e competitivas do que as dos bancos tradicionais.

Além disso, todos os anos, após o cálculo dos excedentes do exercício, as cooperativas convocam seus sócios para uma assembleia geral, onde é decidido como os excedentes/resultados serão utilizados. A maior parte desses excedentes é devolvida aos sócios, proporcionalmente às suas transações com a cooperativa, beneficiando especialmente aqueles que são mais fiéis à instituição.

Uma pesquisa realizada pelo Banco Central do Brasil há alguns anos mostrou que 42% dos sócios das cooperativas são completamente fiéis, ou seja, não têm transações em outras instituições financeiras. Isso comprova que as cooperativas oferecem praticamente todos os produtos e serviços que os bancos também oferecem, como investimentos, empréstimos, seguros, consórcios, cartões de débito e crédito, entre outros.

Tipos de cooperativas de crédito

Os diferentes tipos de cooperativas de crédito estão mais relacionados à estrutura do Sistema, de forma que à medida que crescem e se consolidam, novas configurações são necessárias para atender às exigências legais e fortalecer sua atuação.

Singulares

São o primeiro nível de uma sociedade cooperativa e requerem um mínimo de 20 pessoas para serem reconhecidas. De acordo com a Resolução CMN n° 4.434/2015, as cooperativas singulares podem ser segmentadas em três categorias com base nas operações que realizam: plena, clássica e de capital e empréstimo.

As cooperativas singulares plenas têm permissão para realizar todos os tipos de operações financeiras, enquanto as cooperativas singulares clássicas têm suas operações um pouco mais restritas, não podendo operar com moeda estrangeira e com variação de câmbio.

Por fim, as cooperativas singulares de capital e empréstimo atuam somente com base no capital integralizado pelos cooperados, sem poder captar recursos de outras fontes ou receber depósitos.

Centrais ou federações de cooperativas

De acordo com a Política, em um nível intermediário, uma central de cooperativas é estabelecida quando há pelo menos três cooperativas singulares filiadas.

Confederações de cooperativas centrais

Esse é o nível mais elevado do sistema de cooperativas de crédito, que requer a existência de, no mínimo, três cooperativas centrais ou federações de cooperativas, independentemente de serem da mesma ou de diferentes modalidades.

Serviços oferecidos por uma cooperativa de crédito

As cooperativas de crédito oferecem soluções financeiras completas, com uma atuação equivalente às instituições financeiras tradicionais. Ou seja, tudo o que você encontra em um banco público ou privado também está disponível em uma cooperativa.

Embora alguns produtos e serviços possam ser acessados por quem não é sócio, como pagamentos de títulos e boletos e seguros, a grande vantagem está em se tornar um cooperado. Ao fazer parte da cooperativa, você tem acesso a um portfólio completo de soluções financeiras, como conta corrente, aplicações, linhas de crédito, financiamentos e muito mais.

Diferenças entre cooperativas e bancos

Embora possuam práticas semelhantes, as cooperativas de crédito e os bancos apresentam diferenças relevantes a serem consideradas na escolha da instituição financeira. A organização hierárquica das cooperativas tem a premissa da democracia, com a participação ativa dos sócios em todas as instâncias, seja ocupando cargos nos Conselhos de Administração ou Fiscal, seja através da presença nas Assembleias.

No âmbito prático, os cooperados têm acesso a taxas mais justas e competitivas em linhas de crédito e financiamentos, além de opções de investimentos que geralmente apresentam rentabilidade acima da média dos bancos.

Em termos mais amplos, as cooperativas de crédito têm um impacto positivo no desenvolvimento local, uma vez que o dinheiro investido permanece na região, contribuindo para o crescimento de pequenos negócios e fortalecendo a economia local. Diferentemente dos bancos, que têm uma política mais centralizada, com ganhos concentrados em grandes centros.

Uma das principais vantagens das cooperativas de crédito é que, como o objetivo não é o lucro, mas sim o crescimento democrático de todos através da participação nos resultados, não há incidência de impostos sobre essas instituições.

Princípios que regem o cooperativismo

Antes de entender mais profundamente como é gerenciada uma cooperativa financeira, é importante conhecer os princípios do cooperativismo. Esses sete pontos compõem a base filosófica de todas as cooperativas. Vamos conhecer?

1. Adesão livre e voluntária

Qualquer pessoa que deseja participar de uma cooperativa pode se tornar um membro, independentemente de gênero, classe social, etnia, religião ou ideologia política.

2. Gestão democrática

Todos os participantes são sócios da organização e, portanto, têm o direito e o dever de participar ativamente das decisões tomadas pela cooperativa. Os representantes são eleitos pelos membros.

3. Participação econômica dos sócios

O controle do capital é exercido de forma democrática. Uma parte é utilizada para pagar as despesas operacionais da cooperativa e as sobras são distribuídas entre os membros ao final de cada ano.

4. Autonomia e independência

Uma cooperativa é uma organização autônoma, mesmo que receba apoio financeiro de um agente externo, como o governo. O controle democrático pelos sócios deve ser mantido.

5. Educação, formação e informação

As cooperativas contribuem para o crescimento pessoal e profissional de seus membros por meio de palestras, cursos e outras formas de educação. Também é importante divulgar as ações da cooperativa para a comunidade em geral.

6. Intercooperação

O movimento cooperativista acredita na união entre as cooperativas, mesmo que elas defendam interesses locais. O fortalecimento do modelo de negócio pode envolver estruturas regionais, nacionais e internacionais.

7. Interesse pela comunidade

As políticas aprovadas pelos membros da cooperativa buscam o desenvolvimento sustentável da comunidade. O foco está na geração de empregos e na qualificação da população, fatores importantes para a prosperidade local.

Como entrar numa cooperativa de crédito

Após entender como as cooperativas de crédito funcionam, suas vantagens e história no Brasil, é importante saber como se associar. Para ajudar nesse processo, compilamos uma lista com os principais pontos a serem considerados. Confira abaixo e esteja pronto para fortalecer essa corrente!

1. Analisar o estatuto

O estatuto social é o documento que governa o funcionamento da cooperativa de crédito. Ele descreve o objetivo da organização, os direitos dos associados e outros detalhes importantes. Antes de se juntar ao grupo, é importante analisar o estatuto para garantir que o cooperativismo é adequado para você.

2. Conhecer os serviços

As cooperativas podem oferecer diferentes benefícios aos participantes. No setor de crédito, é comum encontrar opções como financiamento, empréstimos, conta corrente e aplicações financeiras. É importante entender quais são as taxas e contrapartidas desses produtos, para que sejam vantajosos ao cooperado.

3. Saiba se a organização é confiável

As cooperativas de crédito são monitoradas pelo Banco Central do Brasil. É importante verificar junto ao órgão se há alguma irregularidade ou reclamação. Além disso, é possível se informar com pessoas que já participam do movimento para garantir que o dinheiro será investido em uma organização idônea.

4. Verificar os requisitos para participação

Seguindo os princípios do cooperativismo, qualquer pessoa é livre para aderir a uma associação desse tipo, desde que esteja alinhada à filosofia e objetivos da instituição. É importante verificar se você se encaixa no perfil e reunir a documentação solicitada, como documento oficial com foto, comprovante de residência e comprovante de renda.

Procurar uma agência

O próximo passo é procurar a agência mais próxima da cooperativa de crédito escolhida. O processo de abertura de conta é geralmente simples, sem muita burocracia. No entanto, pode haver análise da sua renda e capacidade de arcar com compromissos financeiros.

Depositar a cota parte

Cooperados são clientes e sócios da cooperativa de crédito ao mesmo tempo. Por isso, precisam investir capital no negócio para ter acesso aos serviços disponíveis. A cota-parte corresponde ao valor mínimo de depósito, suficiente para cobrir as despesas operacionais. Esse valor varia de acordo com o Estatuto Social e você pode adquirir quantas cotas quiser.

Participar das assembleias e reuniões

As assembleias são reuniões nas quais os participantes da cooperativa de crédito decidem o futuro da organização. É importante estar presente nesses encontros para exercer sua responsabilidade como associado. E lembre-se de que todo cooperado tem direito a um único voto nas decisões coletivas, independentemente do número de cotas adquiridas.

Vantagens de uma cooperativa de crédito

Os cooperados desfrutam de diversas vantagens, como taxas de juros reduzidas e muitas vezes sem tarifas de serviços, como emissão de talões ou transferências, quando há cobrança geralmente é menor do que os bancos tradicionais.

Além disso, as cooperativas oferecem opções de investimento que geralmente proporcionam rendimentos superiores aos dos bancos, como o depósito a prazo.

O atendimento é diferenciado, pois os cooperados são sócios da cooperativa e não apenas clientes, o que lhes permite participar do controle das decisões e receber parte das sobras distribuídas pela organização.

Desvantagens de uma cooperativa de crédito

Na área financeira, é essencial analisar cuidadosamente todas as opções disponíveis e verificar se são vantajosas. Uma das principais desvantagens de uma cooperativa de crédito é que, em caso de prejuízo, todos os membros devem arcar com as perdas.

Para evitar esse problema, as cooperativas de crédito mantêm um fundo de reserva. No entanto, se as perdas não puderem ser cobertas pelo fundo de reserva, o valor será dividido entre todos os associados.

De acordo com as cooperativas de crédito, essa perda pode ser compensada por meio de sobras dos próximos exercícios. Embora os encargos geralmente sejam menores em comparação com as instituições financeiras tradicionais, é importante comparar as taxas cobradas e verificar o Custo Efetivo Total (CET), que inclui as taxas de juros e financeiras.

Flávio Coelho

Meu nome é Flávio Coelho e ensino através do site Finanças Guiada tudo relacionado a negócios, cartão de crédito e finanças.

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